Igreja Nossa Senhora do Pilar



A Construção

         Francisco Xavier de Brito, Pedro Gomes Chaves, Antonio Francisco Pombal e muitos outros artistas anônimos trabalharam na confecção da mais rica igreja de Minas Gerais. Dotada de cerca de 450 kg de ouro (essa quantia nunca é dada como certa sendo que muitos dos documentos sobre sua construção foram perdidos), ela rivaliza em douramento apenas com a Matriz de Santo Antonio, em Tiradentes.

      
 Sua construção ocupa o local de uma primitiva capela e parte de seus altares originais ainda conservam elementos primitivos. Em 1724 a capela original em ruínas foi demolida para a construção da atual matriz. Para que os fiéis  não interrompessem suas práticas o Santíssimo Sacramento foi levado para a Capela do Rosário dos Pretos, atual igreja de Nossa Senhora do Rosário. Em 1733, com boa parte das obras concluídas, foi realizada a famosa festa do Triunfo Eucarístico para o translado do santíssimo sacramento ao seu local de origem.

Estilos e obras


      Nos meados de 1700 a Paróquia do Pilar era a mais rica e bem frequentada de Vila Rica e aquela que aglomerou maior número de irmandades. Como resultado desse fluxo intenso, de fiéis investidores na igreja do Pilar, esta foi a matriz mais bem ornamentada da região, sendo talvez a matriz antiga mais importante de Minas Gerais.
Teoricamente a igreja do Pilar pertence à segunda fase do barroco mineiro, mas a profusão de estilos e os diferentes artistas que nela trabalharam deram a ela o aspecto de exagero e excesso. A parte externa é composta no estilo tradicional das primeiras igrejas brasileiras. Como obra mais recente do que o corpo interno da igreja (realizada entre 1828 e 1848), a fachada em alvenaria e cantaria difere muito do estilo explosivamente barroco encontrado em seu interior gerando ai uma contradição arquitetônica: o volume externo da igreja não corresponde ao espaço interno da nave, sendo que a parte interna é visivelmente menor, instalada dentro da caixa de alvenaria.

  •  Vejamos algumas detalhes que nosso guia nos relatório, que devem ser observados, pois são os verdadeiros tesouros de Ouro Preto:


Os belíssimos "caixotes" do teto da nave da Igreja de N. Sra. do Pilar

1. No  forro da nave,  tem-se  chamado “caixotão”, porque eram feitas no chão e depois montadas no teto. É composto por quinze painéis representando personagens e temas do Antigo Testamento, os quais se integram à estrutura arquitetônica da cimalha por caixotões curvilíneos e retilíneos com molduras  marmorizadas e faiscadas.  Esta técnica de pintura foi  popular em Minas Gerais até a década de 40 do século XVIII. Nos painéis, cenas do antigo testamento; mais ao centro, quatro santos; e no medalhão central, o cordeiro apocalíptico rodeado por anjos. A pintura é do artista João Carvalhais e foi executada em 1768.

 
2. Temos um anjo negro, a história do anjo é a seguinte : O negro século XVIII era visto como animal irracional, e para o negro não havia salvação, porque ele é considerado um  demônio.Na Inglaterra em 1731 o rei impede o tráfego negreiro. No século XIX com a revolução industrial, o Brasil passou  a ser um dos países consumidores mais importantes, o escravo passa a ser livre para poder consumir, e além de consumir ele passa a produzir algo muito importante para a igreja que seria o “ Dízimo “, sendo assim o escravo passa a ser gente, e passa a poder ser salvo, por isso a representação do anjo negro;

 3 A fênix pertencente a mitologia egípcia, vivia 500 anos,  depois morria e das suas cinzas nascia outra, por este motivo a associação com Cristo na ressurreição, no retábulo Jesus representa a negação:  não é  o Atlas, não é a Atena, mas é Cristo ressuscitado que vai sustentar o mundo tanto de forma religiosa como política. 
 Anjo Atlante ( Matriz do Pilar )
















4 O anjo que se encontra abaixo da coluna é chamado de Atlantes, como o Deus Pagão Atlas, o que nos permite associar o peso à penitência de seus pecados; e a representação da  obrigação de sustentar o mundo como todos os seus pecados;  
 




       
5. O  Barroco é uma forma de contar história,  dentro da igreja temos a imagem do Deus pai com um triângulo cego na cabeça e um cajado na Mão, ele parece com Zeus, sendo assim essa imagem se torna um senso critico, porque ninguém nunca viu Deus, e quem nunca foi visto não pode ser pintado ou esculpido. Em Roma Zeus foi chamado de Júpiter, o triângulo cego representa trevas, porque o mundo naquela época não tinha conhecimento só fé.



6.Há um pássaro esculpido, chamado pelicano, que foi transformado pela igreja no símbolo da eucaristia, pois segundo nosso guia nos relatou, a ave faz parte  da mitologia Grega na qual era  vista como o animal que se doava no período de fome, pois abria um buraco no peito para que seu sangue jorrasse  e alimentasse seus filhotes.

7. O arco-cruzeiro, tem como função dividir a nave da capela-mor, esses santos fazem parte das famosas irmandades, a Irmandade de Santo Antônio, de Senhor Bom Jesus, a de Santana e a Irmandade da Nossa Senhora do Rosário ,então essas irmandades era um grupo de pessoas que financiava as construções dessas igrejas , e nesse período surgiu também o discurso da fé privada cada pessoa tinha seu santo de devoção, primeiramente se abrigava os santos depois a comunidade; 

8. No friso superior da capela-mor há ainda uma reprodução das virtudes cardeais representadas por um pilar, uma trombeta, um espelho e uma espada. O significado destas imagens, aparentemente pagãs ainda é controverso. Neste conjunto o visitante ainda encontrará as figuras simbólicas de uma cruz: que representa a fé, uma âncora: que representa a esperança,  algumas crianças: que representa a caridade, e a serpente: que representa a prudência.

9. Acima do sacrário há uma imagem do Menino Jesus Salvador do Mundo (despido sobre um globo), representante direto de Deus na Terra: sua imagem semelhança. Os materiais pra construir a igreja eram  madeira e folhas de ouro coladas, e a  parte interna da igreja é toda de madeira





O vídeo a seguir, apresenta uma introdução sobre a história de Ouro Preto e explicações sobre a parte externa da Igreja N.S. do Pilar, feita por nosso guia Hermes:













4 comentários:

  1. Prezada Professora Viviane Donário.

    Devido ao respeito que tenho pela Igreja Católica, que foi crescendo na proporção que conhecí sua história, constatei que havia muita mentira proveniente da propaganda Protestante e Evangélica como também dos Iluministas, que se comportam como seus verdadeiros inimigos. Procurei historiadores isentos, como por exemplo, Daniel Rops da Academia Francesa de Letras e Prof. Ronald Numbers da Universidade de Wiscousin nos Estados Unidos que me mostraram esta realidade.
    Muitas vezes vejo colocações inverossímeis por pessoas bem intensionadas, como a senhora, pelo seu belíssimo trabalho, que me remetem a uma correção visando contribuir para melhorar a busca da verdade que todos nós temos em mente.
    No cabeçalho está escrito: "Este blog tem como objetivo registrar nossa pesquisa de campo realizada em Ouro Preto -MG e em Paraty- RJ, para assim resgatar a memória de um povo que, por séculos, carregou no lombo o peso da ganância irracional, que guardam nas nas suas igrejas, o ouro extraído com sangue, nos seus ancestrais a dor das chibatadas do poder."
    Desculpe-me mas não é verdade. O ouro das Igrejas sempre foi doado pelos fiéis como também as suas construções. Devido ao racismo extremo da sociedade daquela época, a Igreja Católica lutou bravamente contra este estado de coisa e permitiu que os negros construissem os seus próprios templos dedicados a São Benedito, que era um Padre negro. Para folhear o altar de madeira com ouro (conforme Deus pede na Bíblia no livro de Numeros) os negros, que eram pobres e que não podiam contar com a Igreja que sempre viveu do dízimo, quiseram também ter suas Igrejas ornadas. Assim, por iniciativa própria, transportavam o ouro, em filetes, amarrados nas crinas de suas montarias e levavam para suas Igrejas onde retiravam este ouro, lavando seus animais. Daí veio o termo popular "Lavando a égua" para dizer que se obteve lucro de alguma coisa. Todo este ouro, ficou no Brasil para, hoje, ser motivo incentivador do turismo e testemunho da verdadeira história. Não é um patrimônio da Igreja Católica, mas do povo brasileiro, em especial de Vila Rica e Paratí.
    O ouro que você menciona, que foi tirado e transportado a custa de chibatadas foi enviado a Portugal para reconstruir Lisboa que foi parcialmente destruida por um terremoto. A Igreja nunca recebeu ouro para levar para a Europa ou muito menos para o Vaticano, como muitos falam.
    Por outro lado, finalmente a Igreja conseguiu, através da Princesa Isabel, a abolição da escravatura no Brasil. Para mostrar o agradecimento da influência da Igreja, a Princesa Isabel doou a Coroa de ouro e o Manto, tecido de ouro, à venerada imagem de Nossa Senhora Aparecida, que hoje você pode ver na Basílica em Aparecida do Norte - SP.
    Espero ter ajudado você a buscar a verdade, mesmo se for Protestante ou Evangélica, onde achamos, nestas denominações religiosas, pessoas e Pastores bem intencionados, que jamais se posicionam como inimigos da Igreja que foi a única fundada por Jesus Cristo e por isto é mãe de todas as outras.

    Atenciosamente


    Eng. Deusdedit L. M. Resende
    E-mail: dresende@tecnoton.com.br

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  2. Encontro-me a estudar a talha doura em igrejas brasileiras. Gostaria também de acrescentar à anterior retificação que o ouro explorado pelos portugueses no Brasil era distribuído pela regra de 1/5, ou seja: Portugal ficava com 1 quinto daquilo que explorava, o restante ficava no Brasil e era aqui aplicado.

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